De alma nua.

Lavei as roupas da alma

Os meus poemas

Cada frase, 

Cada verso, 

Cada rima e palavra

Lavei com minhas lágrimas

E lembrei que nunca antes escrevi 

Melancolias como essas

Esfreguei com a tristeza 

E torci com a saudade

Estendi no varal do tempo,

Expostas a dor

Não irão secar

O temporal não quer cessar.

As que estão secas

São do passado e

Já não me servem mais.

Então, por hoje resolvi

Me vestir de silêncio.

Sem poemas, sem versos, sem rimas ou palavras

Permaneço de alma nua.

Gil Monteiro

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Dias ruins

Tem dias que eu só estou cansada,

Cansada de tudo

Cansada do mundo

Da vida e seus golpes duros

Do destino debochando da minha cara

E nesses dias...

Eu só quero o colo da minha mãe,

O abraço de um amigo,

O aconchego do meu amor

Um café quente e amargo,

Nem tanto quanto a vida

Para lembrar que, infelizmente,

Momentos ruins existem

E que às vezes duram

Bem mais que uma estação.

Gil Monteiro

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Dói

Eu me olho no espelho

Me encontro em prantos

Tentando em cada canto

Me encontrar

E só me perco mais

Será que alguém percebi

Que a dor que dói em você

Também dói em mim?

A sua dor é física

A minha devasta a alma

Abri mão da minha vida

Do meu amor

Dos meus sonhos

Para estar aqui

E ainda não é o suficiente?

O que mais posso dar?

Se tivesse o poder

De tirar a dor com as mãos

Mas, não tenho poder algum

Tanto peso sobre os meus ombros

Não sou tão forte assim

Se eu fosse hétero

Alguém entenderia

Que estou longe de quem amo?

E que dói

Dói te ver sofre

Dói me sentir só

Dói.

Gil Monteiro

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Perdão

Perdoa os meus dramas sempre exagerados,

O meu choro de raiva 

E as raivas que já te fiz passar.

Perdoa as palavras que não disse, 

E as que disse pra te magoar.

Perdoa os sentimentos que não demonstrei, o amor que não sinto.

Perdoa o meu humor instável

e os meus defeitos insuportáveis.

Perdoa minha impaciência

E meu jeito de não saber lidar com a dor.

Perdoa por não ser a filha que sonhou.

Eu te perdoo pelos mesmos defeitos,

Porque acredito que o nosso problema é sermos iguais demais pai.

Gil Monteiro

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Nem a distância, nem o tempo

A distância entre nós
O tempo a passar
Me machuca o coração
Me consola ouvir uma dizer:
Te esperamos! Enquanto a outra diz:
Estaremos sempre aqui.
Me espere meu amor, 
Minha vida,
O tempo não vai apagar
Nossos sonhos de viver
A distância não vai separar nossos corações
Nesse amor encontrei
O sonho de vida que sempre procurei
Nossas vozes, nossos olhares, nossos braços e carinhos, nem o tempo, nem distância podem abalar. 
Meus poemas sempre tão tristes se tornaram felizes, tendo nosso amor como inspiração.
Nossa pele, nosso sexo, nosso perfume na memória e as borboletas que não cansam de bater asas no estômago. 
Essa saudade
Se não me matar
Só vai fazer aumentar
Meu tesão, meu amor, minha paixão, meu desejo por nós.
Nas canções a vida é feita de ilusões. 
Te prometo minha vida, meu amor
Apesar de todos os obstáculos
Nunca deixar nossos sonhos
Ser ilusão.
Gil Monteiro

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Os desrumos da vida

Nos corredores da alma que grita

O eco nos quartos vazios da vida.

Na mente os planos que guardo

Sem saber se um dia poderei

Percorrer a estrada desejada.

Há partes em mim que anseiam 

Por tudo que meus sonhos murmuram.

Mas, como em um barco a deriva

Sem velas, sem remos, sem rumo

Os ventos do destino me levam

Cada vez para mais distante.

Quando em fim, pensei

Que poderia ser feliz,

Os desrumos da vida

Me desassossega o coração.

Os corredores sempre vazios da alma

Com quartos nunca ocupados,

É a vida de sonhos nunca realizados

E estradas jamais percorridas.

Gil Monteiro

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